Peixes nativos do japão como o peixe de bico listrado, ou ishidai, foram vistos a mais de 8 mil quilômetros de seu habitat natural, na baía da cidade de Monterrey, na Califórnia, EUA.
Esses avistamentos tem causado espantos devido a distância em que esses peixes foram localizados.
O mergulhador Nicholas Ta, que frequentemente mergulha na área de Monterey já há cinco anos, disse que os peixes não podem ser confundidos com nenhum peixe local. O mergulhador disse também que os outros peixes são meio camuflados e combinam com o ambiente ao redor deles.
Restos de uma “invasão de tsunami”
Pesquisadores acreditam que em 2011 o peixe cruzou o Oceano Pacífico após um tsunami causado por um terremoto de magnitude 9,1 que ocorreu no japão.
Esse forte tsunami arrastou grandes quantidades de material para o mar, criando campos de detritos e possibilitando habitats para a vida marinha.
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Na medida em que esse amontoado de material foi levado pelas correntes marinhas, os peixes seguiram juntamente essa jornada.
O cientista do Laboratório Marinho Moss Landing, na Califórnia, disse que essas correntes circulam de um lado para o outro e dependendo das condições locais, a água pode move-los para terra firme.
Várias docas, barcos e outros itens foram levados para o litoral oeste da América do Norte nos últimos sete anos.
Cerca de 289 espécies costeiras japonesas que chegaram às costas da América do Norte e do Havaí durante um período de seis anos foi documentado por Geller, um dos co-autores de um artigo na Science Magazine.
Geller disse à CNN: “Este peixe se destaca porque parece bastante estranho em nossa água e é definitivamente uma espécie que não vimos aqui antes deste evento”
“Mergulhadores ou pessoas que visitam a praia podem não perceber nada que pareça incomum para o olho destreinado”, completou. “Mas, na verdade, algumas dessas criaturas poderiam ter sido parte deste evento de invasão do tsunami.”, finalizou Geller.
Mergulhadores da Califórnia foram os primeiros a avistar o peixe
Em dezembro de 2014, o mergulhador Ta viu pela primeira vez o peixe mas não soube explicar o que tinha visto. Dennis Lewis, amigo de Ta, ajudou o mergulhador a identificar o Ishidai, e a partir de então começaram a procura-lo em seus mergulhos.
Em 2015 houve mais alguns avistamentos, mas até outubro nada foi visto. Tá fez uma filmagem do peixe no mês passado.
Na filmagem, o peixe parece não ter barbatanas rasgadas ou cortes, aparentando estar saudável.
Rick Starr, que também é um cientista da Moss Landing Marine Laboratories, disse que é provável que seja o mesmo peixe de 2011.
Os pesquisadores acreditam que o peixe até consegue sobreviver em águas longe de seu habitat, mas não conseguem se reproduzir já que as águas da baía de Monterey são cerca de 5ºC mais frias do que o peixe está acostumado no Japão.
Starr disse que pessoas viram vários peixes desta espécie, mas todas do mesmo tamando, indicando que não são descendentes.
Ele acredita que por terem todos os mesmo tamanho, os peixes são mais velhos e que não foram reproduzidos, o que significa que provavelmente eles não se tornarão invasivos prejudicando o ecossistema da região.
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Referências